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Segurança nas redes 5G para cirurgias remotas

O quanto é seguro os procedimentos médicos remotos a nível de infraestrutura? Quanto a velocidade de rede 5G poderá contribuir para os procedimentos médicos remotamente?

Hoje muito se fala em tecnologia 5G, principalmente no que diz respeito ao alcance e aumento da velocidade de internet móvel. Mas, os benefícios associados a esse avanço tecnológico vão muito além, a partir do momento em que pode interferir positivamente na evolução de diversas áreas, como na medicina, no auxílio de procedimentos médicos que ocorrem remotamente. A diferença e avanço da tecnologia 5G está justamente na baixa latência e alta velocidade, o que permite que procedimentos assim aconteçam de forma instantânea, tornando os procedimentos mais seguros.

Grande parte das pesquisas e matérias vinculadas ao tema pontua especialmente as questões de velocidade e latência, mas não foca em algo importante como os protocolos de segurança e o risco do acesso indevido para a execução de procedimentos médicos que valem a vida de um ser humano.

Para tal, este artigo tem como objetivo entender e questionar a segurança que será adotada e utilizada para a infraestrutura no local onde médico e paciente estarão para o procedimento, ou seja, será que ao utilizar a tecnologia 5G em um procedimento remoto, onde os principais envolvidos estão à distância, alguém com más intenções conseguirá ter acesso, de forma indevida, ao momento da operação tecnológica e se utilizar disto para o mal?

Considerando a importância do tema, abre-se a discussão sobre aspectos cruciais para a preservação da vida humana quando se fala em procedimentos médicos remotos. Ao final deste artigo, serão levantados alguns aspectos que podem auxiliar e entender como a segurança da infraestrutura pode permitir que este avanço tecnológico seja utilizado de forma segura, ampliando o acesso a esta inovação a milhares de pessoas.

 

O uso da tecnologia 5G na medicina

 

A ideia de criar uma máquina automática capaz de realizar algumas tarefas normalmente feitas por mãos humanas é bastante antiga. A necessidade de telemanipulação de instrumentos resultou em engajamento para o desenvolvimento tecnológico na área. O pioneiro da realidade virtual, Scott Fisher, desenvolveu a primeira tela acoplada à cabeça, que emergia o espectador em ambiente tridimensional (3D) virtual, enquanto o engenheiro Phil Green desenvolveu sistema de telemanipulação robótica para microcirurgia pelo Instituto de Pesquisa de Stanford (SRI). Ambas as ideias de telepresença e telemanipulação robotizada foram essenciais para garantir o conceito de telecirurgia.

Nos dias atuais, com as mudanças aplicadas por conta da pandemia da Covid-19, todas as telefônicas foram obrigadas a se adequarem e atualizarem para prover internet para grande parte da população, principalmente em relação às mudanças necessárias para o trabalho remoto. Com estas atualizações, assim como outros avanços tecnológicos, já é possível um paciente ser submetido a um procedimento por qualquer médico, capacitado, em qualquer lugar do mundo, melhorando assim a qualidade de vida e evolução humana.

A primeira cirurgia a distância do mundo, utilizando a rede 5G em um humano, foi realizada em março de 2019, a uma distância de 3000 km, entre a cidade de Pequim e a Ilha Hainan. O médico se encontrava em Pequim, no Hospital Geral do Exército Chinês, e o paciente em uma clínica afiliada na Ilha Hainan. Acredita-se que existiu alguma segurança na conexão entre o hospital e a clínica, tornando mais difícil o acesso indevido. Esta cirurgia foi feita logo após a primeira cirurgia remota efetuada em um animal, em janeiro de 2019.

Já no Brasil, para o uso do 5G em procedimentos médicos a distância, está sendo montada toda uma infraestrutura com parceiros onde será realizada uma prova de conceito quanto a qualidade e segurança da transmissão dos dados via 5G. O POC (proof of concept) está previsto para ocorrer no centro cirúrgico do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo – ICESP, ainda em 2022.

Com estes exemplos, percebe-se que as atuações em prática do uso do 5G em procedimentos médicos a distância é bastante recente, em alguns países ainda está em fase experimental. Não se pode negar que avanços como esses dificilmente têm retrocessos, ao contrário, a tendência é aperfeiçoar as técnicas necessárias, investir ainda mais em tecnologia, para que haja equipamentos capazes de aderir a rede 5G, não deixando escapar a velocidade e segurança para tais procedimentos.

Soluções para a Segurança

O uso do 5G em procedimentos de risco já é um grande avanço, mas e quanto à segurança, de ambos os lados, para a execução deste procedimento, como é feita? Pois, pela velocidade e baixa latência da rede 5G as possibilidades são infinitas. Pode-se ter total confiança em nos submeter a procedimentos médicos remotos sem que algum cracker tenha a possibilidade de acesso a conexão e cometer um erro médico de forma intencional?

Vale destacar que os procedimentos podem ser realizados, desde que tenham protocolos de segurança bem definidos, e não apenas velocidade. Muitas são as opções/soluções em relação a segurança de infraestrutura para servir de alerta e auxiliar no avanço da tecnologia em serviço da sociedade, como as listadas abaixo:

  • Atualizações para todos os hardwares e softwares, de forma constante. Desta forma, todos os equipamentos e aplicações estarão com suas últimas correções e/ou brechas sanadas, aqui destaca-se os robôs, todos os equipamentos de infraestrutura e todos os seus softwares.
  • Link redundante, pois teria alta disponibilidade.
  • Uma rede separada, de preferência física e, caso não seja possível, separar logicamente, desta forma teria mais alguma segurança.
  • Firewall next generation, de borda e interno.
  • Configuração de VPN de acesso remoto, com data específica. Limite de tempo para esta VPN. Usuários criados apenas para tais procedimentos com senhas específicas, para tentar diminuir o acesso indevido.
  • Implantação de NOC-Network Operations Center e SOC-Security Operations Center, para uma atuação constante na rede.
  • Treinamento e capacitação constante da equipe médica, pois o elo mais fraco sempre será o ser humano.
  • Processos bem escritos e definidos, para que todo o procedimento seja feito com toda segurança possível.

Os itens destacados permitem entender a complexidade e precauções importantes para garantir a segurança, em todos os níveis, de operações médicas realizadas a distância. Não basta apenas implantar a tecnologia 5G sem analisar todos os aspectos associados a ela.

A rede 5G veio para permitir mais qualidade de vida, seja com a IoT (internet das coisas) ou para auxílio da medicina, além de ampliar os múltiplos usos em várias áreas. É necessário verificar e analisar se é seguro se submeter a um procedimento remoto em determinados locais que não lhe passa segurança.

Pensar em segurança de infraestrutura na implantação das redes 5G para cirurgias remotas é crucial, pois a vida humana está em questão.

Não se pode ignorar a possibilidade de acessos indevidos durante a realização de procedimentos médicos remotos e, consequentemente, se precaver para não correr riscos é fundamental para o sucesso de um procedimento deste nível. Concretizar e aperfeiçoar ações assim garantem a pulverização da confiança das pessoas e profissionais para a realização de cirurgias a distância por todo o mundo.

 

Fonte: profissionaisti.com.br